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Arquitetos: PAREIL
- Área: 400 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Jean-Baptiste Thiriet
Descrição enviada pela equipe de projeto. Situada próximo ao portão norte do Parque Natural Regional da Camarga, a Casa Mas Baudran se estende por uma propriedade agrícola de um hectare, circundada por campos de arroz.
Sua baixa altitude, apenas 1,5 metros acima da água, mesmo com o Mar Mediterrâneo a 30 quilômetros de distância, a torna altamente vulnerável às ameaças das mudanças climáticas, como risco de inundação, elevação do nível do mar e salinização das águas subterrâneas. Mas Baudran aspira ser um local de resistência, buscando experimentar e contemplar novas formas sustentáveis de coexistir com a natureza.
"Pode a arte contribuir para reparar a vida?". Essa é a pergunta que Mas Baudran busca responder.
A casa histórica do século XVI, típica do patrimônio arquitetônico da Camarga, fica no centro da propriedade e foi ampliada ao longo do tempo para atender às evoluções das necessidades do domínio agrícola. Compreendendo a casa de fazenda original, o pombal, o sótão e o celeiro, o projeto concentra-se principalmente na renovação destes dois últimos ambientes.
O programa inclui uma sala de recepção, uma oficina de cerâmica e uma sala multiuso, todas destinadas à residência artística. A renovação inclui ainda a adição de uma suíte master. O projeto é cuidadoso ao considerar a sazonalidade da casa, buscando uma percepção coesa das diferentes partes do edifício. Diversos dispositivos foram implementados para atingir esse objetivo.
> Uma fachada secundária, construída atrás da histórica, cria um pátio bioclimático que protege a casa da intensa luz solar do verão no lado sul, estabelecendo uma transição suave entre interior e exterior.
> A casa histórica é aberta na parte renovada do edifício, permitindo que os visitantes leiam facilmente as distintas adições históricas e a escala da edificação.
> Características originais, como aberturas estreitas para ventilação natural cruzada (fenestrous), paredes de pedra com alta inércia térmica e isolamento com palha de arroz da Camarga, foram preservadas, restauradas ou implementadas.
A casa foi projetada para ser autossuficiente em água e energia. No exterior, um jardim comestível operado por permacultura visa à autonomia alimentar. Os campos nos fundos da propriedade são utilizados por agricultores locais de maneira orgânica e sustentável.
O conjunto serve como espaço vivo e de encontro tanto para os habitantes diários quanto para os artistas residentes, que incluirão artistas plásticos, ilustradores, escritores, pensadores, etc. O objetivo é utilizar a criatividade para conscientizar sobre os desafios de hoje e de amanhã.